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Como construir um humano

Quando olhamos para o corpo humano, vemos uma máquina biológica complexa e fascinante. Porém, ao desmontar essa máquina, descobrimos que somos compostos principalmente por alguns (poucos) elementos químicos básicos: carbono, hidrogénio, oxigénio e nitrogénio. Apenas estes quatro compõem cerca de 96% do nosso corpo. Os restantes são variados, mas igualmente importantes, desempenhando funções essenciais na estrutura e funcionamento do corpo humano. A deficiência de qualquer um desses elementos pode levar a sérios problemas de saúde.

Mas qual seria o custo de reunir esses elementos para “construir” um ser humano? Bill Bryson, no seu livro “O corpo: um guia para ocupantes”, explica que, mesmo que o custo não seja assim tão alto, a tarefa é impossível de realizar. Como referido na sinopse, esta obra é “um mergulho profundo e muito bem-humorado na Biologia e na história da investigação sobre o corpo humano, para ficar a saber tudo o que precisa de saber sobre este invólucro mortal que ocupamos.” Não resisto a um excerto do início da obra:

“Há muito tempo, quando eu era aluno do ensino secundário na América, lembro-me de um professor de Biologia me ter ensinado que todos os químicos que compõem um corpo humano podiam ser adquiridos numa drogaria por cinco dólares ou coisa parecida.
[…] lembro-me de ficar estupefacto com a ideia de podermos construir uma criatura encolhida e borbulhenta como eu praticamente de graça.
[…] Claro que, na verdade, pouco importa. Seja qual for o valor pago, por mais cuidadosamente que os materiais sejam montados, ninguém vai criar um ser humano. Podíamos reunir todas as pessoas mais inteligentes do mundo, vivas ou que alguma vez viveram, e dotá-las da soma completa de todo o conhecimento humano, e mesmo assim não conseguiriam, entre todas, fabricar uma única célula viva…
[…] a única coisa especial dos elementos que compõem cada um de nós é que compõem cada um de nós. É esse o milagre da vida.”

Bill Bryson

“O corpo: um guia para ocupantes”
Bertrand Editora, Lisboa 2019
pp. 11-15

Somos muito mais do que um aglomerado de átomos. Cada célula, órgão e sistema do nosso organismo desempenha um papel crucial na manutenção da vida, numa complexidade e eficiência impressionantes. Esta intrincada engenharia biológica que sustenta a nossa existência leva-nos a valorizar a singularidade da vida humana em toda a sua plenitude.

Boas leituras!

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