Os Jogos Olímpicos de Paris 2024 reúnem mais de 10 mil atletas em 32 modalidades desportivas diferentes. Todos têm fortes ambições, mas alguns não ligam a meios para ganhar as tão cobiçadas medalhas. Há quem recorra à Química! Assim, todos os atletas estão sujeitos às regras estabelecidas no Código Mundial Antidopagem.
Atualmente, as análises realizadas aos atletas recorrem ao método de amostragem através de uma gota de sangue seco, que é recolhida numa pequena picada. Posteriormente, essa amostra é seca num papel absorvente especial. Este método tem grandes vantagens relativamente aos procedimentos tradicionais, uma vez que é minimamente invasivo, de fácil transporte e com economia de armazenamento. Embora o controlo antidoping seja cada vez mais rigoroso, está longe de ser verdadeiramente eficaz: há evidências de atletas que continuam a usar substâncias proibidas e os testes positivos não param de aumentar.
Como funciona?
Cada modalidade tem a sua “especialidade”. O desempenho dos atletas depende da combinação de habilidade, força, resistência e recuperação, pelo que não é difícil encontrar medicamentos capazes de melhorar essas quatro dimensões.
Por exemplo: nas atividades que exigem força, são vantajosas substâncias que aumentam a massa muscular; já nos desportos cuja resistência aeróbica é importante, há possibilidade de aumentar a capacidade de transporte de oxigénio no sangue. Nas provas que exigem grande concentração podem ser usados medicamentos que reduzem a ansiedade e a fadiga.
Assim, há níveis mínimos tabelados para o tipo de substâncias proibidas em cada modalidade. No entanto, uma das dificuldades do controlo antidoping prende-se com a incapacidade de distinguir o uso legal destas substâncias para fins terapêuticos relativamente ao seu uso intencional.
No entanto, há uma forte esperança na ajuda que a inteligência artificial pode dar para melhorar os sistemas de deteção. Uma das hipóteses é a análise da grande quantidade de dados obtidos nos testes já realizados, procurando padrões e fazendo previsões.
O doping ameaça a credibilidade dos Jogos Olímpicos e as competições desportivas em geral, mas a maior atenção para este facto estimula o desenvolvimento da ciência e da tecnologia no combate à Química proibida!